Dia 8 – O início da saga grega: dormindo em um trailer!

Nosso voo de Bruxelas chegou às 13h20 em Atenas. Eu e a Raquel estávamos doidas pra receber um carimbo grego no passaporte. Desembarcamos e fomos bem faceiras passar pela imigração.

Só tinha um problema: não encontramos a imigração pelo caminho, logo, não ganhamos carimbinho e ficamos #chateadas.

Às 17h05 partiria nosso voo para a ilha de Mykonos. Decidimos passar a tarde descansando no aeroporto. Lembro que ficamos sentadas carregando o celular e procurando hosts no CouchSurfing para nos hospedar nas próximas viagens. Basicamente, era isso que a gente vazia no “tempo livre” do mochilão.

Entramos no avião e tudo o que eu queria era dormir. Eu e a Raquel sentamos longe uma da outra, e uma brasileira sentou ao meu lado. Sabe como é brasileiro, né, adora puxar um papo. Passei o voo de 50 minutos conversando com a Yasmim. Ela morava no interior da Alemanha com vários amigos brasileiros (que também estavam no voo) e então a gente foi compartilhando as histórias dessa vida louca de viajante. Quando me dei conta, o avião já estava pousando.

As fotos abaixo foram tiradas com 2 minutos de diferença:

 Ficamos BEM perdidas quando chegamos ao aeroporto de Mykonos. O wi-fi não funcionava por nada, mas a gente havia salvado o nome do lugar para onde deveríamos ir: Paradise Beach Club. Sabíamos que tinha um ponto de ônibus ali pertinho, mas ninguém sabia dizer a que horas passava o ônibus. Pedíamos informações e as pessoas ou não falavam inglês ou não sabiam responder. Táxis chegavam e saíam do aeroporto toda hora, mas eles só queriam pegar turista pra levar até os hotéis tops da ilha. Quando a gente dizia para onde queria ir, eles nos ignorávamos.

Lembro que uma hora interrompi um grupo de homens conversando, deviam ter entre 40 e 50 anos. Perguntei se algum deles falava inglês e poderia me ajudar. Um senhor respondeu, disse que falava, me ignorou e voltou a conversar em grego com os amigos.

Eu virei pra Raquel e falei:

Amiga, eles estão falando grego, não entendo nada.

E o melhor foi que eu falei no automático, como quem diz “eles estão falando russo”, só depois que me lembrei da expressão popular. Vai ver que foi por isso que eu consegui acertar o ditado (eu tenho um sério problema com expressões: “dos males, o menor” vira “dos males, o pior” , digo “pé nas costas” mas queria dizer “pé no peito”, entre tantas outras).

Com esse episódio, a primeira impressão que ficou foi a de que os gregos eram mal educados.

Já que ninguém conseguia nos fornecer uma informação decente, decidimos abrir o Google Maps e seguir a pé até o lugar. Detalhe: como não tinha internet, não dava pra ter uma noção de quanto tempo levaríamos, mas decidimos ir (acabei de conferir aqui e dá 44 minutos do aeroporto até Paradise Beach Club, otárias sim ou com certeza?).

Cabras fofíneas pelo caminho ❤

A estrada era de chão e o caminho não era nada fácil. Começamos a ficar cansadas, então a Raquel teve a ideia de pedir carona na estrada. Passavam poucos carros, mas lá pela 5ª tentativa um cara parou pra gente. E foi a primeira vez que eu entrei no carro de um desconhecido (sim, tiveram outras; não façam isso em casa, crianças). Eu nem lembro a história do maluco, mas ele era gente boa e nos quebrou um puta galho, afinal, o lugar era longe pra caramba pra ir a pé.

Paradise Beach Club

Mykonos é conhecida pela vida noturna, é a ilha grega mais procurada pelos jovens baladeiros. Paradise Beach Club está entre os melhores clubs do mundo! Na época, em 2016, o lugar era formado por uns três ou quatro bares à beira mar, cada um com o seu próprio dj e um deles era o nosso host do CouchSurfing, chamado Dimitris. Procuramos por ele no bar e ele foi nos levar até onde seria a nossa acomodação.

Logo atrás das baladinhas, tem o Paradise Beach Camping, aquelas casinhas brancas da Grécia, mas que nesse lugar funcionam como hostel. Passamos por lá e começamos a subir um morro. Subimos, subimos mais um pouco… Parecia que não chegava nunca.

Quando finalmente chegamos, descobrimos que nosso lar pelos próximos dias seria um trailer (ou motorhome, como você preferir). A gente pirou! Você já pensou “com certeza vou dormir em um trailer um dia“? Eu não e foi uma surpresa e tanto!

Procurando os boletos pra pagar (hahaha Deus me livre)
Essa foto foi tirada no segundo dia na ilha, quando chegamos lá já estava escuro.

O trailer era pequeno e estava bem sujo. Não tinha conforto nenhum, mas pelo menos nós tínhamos um teto para nos abrigar e uma cama para dormir. Em uma ilha na Grécia. Sem pagar nada por isso.

Ao lado, ficava o trailer onde morava o host e um outro onde morava sei lá quem. Um pouco mais a frente tinha um banheiro macabro, parecia ser um lugar abandonado, sem luz e nem chuveiro elétrico. Para tomar banho, tínhamos que descer e usar os banheiros do Camping. Era tipo banheiro comunitário, vários chuveiros um ao lado do outro (com divisórias, claro, pois a putaria não rolava solta assim não haha).

Deixamos as malas no trailer, passamos um reboco na cara e descemos para o bar. Estava bem vazio, pois era a primeira semana de outubro e a alta temporada já tinha acabado. Apesar disso, tivemos um gostinho do que rola por lá. Música alta, gente bonita, muita bebida e mulheres dançando por todos os lados. E não eram dançarinas não, eram turistas mesmo dançando loucamente em cima das mesas dos bares.

Eu pedi uma água e um Gyros Pita, tradicional comida grega do jeito que a gente gosta: boa e barata! Encontramos o grupo de brasileiros (eles estavam hospedados no Camping) e ficamos lá papeando e dançando juntos. É uma delícia conhecer as histórias de outras pessoas quando se está viajando! ❤

Isabela, Ariane, Rafael, Laura, Yasmim, eu e Raquel.


Random fact

Logo no primeiro dia já deu pra notar que a Grécia é infestada de gatos real-oficial. Na foto, um gato muito feio que gostou da Raquel e eu precisei registrar, tamanha feiura do bichinho, pecado.

Não ficamos até muito tarde no bar. Subimos para tomar banho e fomos dormir. O caminho de volta para o trailer era SINISTRO! Não tinha nada de iluminação, era puro breu. Eu e a Raquel subíamos grudadinhas só usando a lanterna do celular pra nos guiar e rezando pra não aparecer nenhum maluco estuprador no caminho.

Continuamos grudadinhas por toda a noite, literalmente. A temperatura caiu pra caramba de madrugada e não tinha nada pra gente se cobrir. Colocamos pijama de calça, casaco e usamos as toalhas de coberta. Mesmo assim passamos frio e ficamos agarradinhas a noite toda pra tentar esquentar o corpo.

Dia 05/10/2016

BRUXELAS - BÉLGICA
€6,00 - Bus to the airpoirt
€1,60 - Croissant
TOTAL: €7,60

MYKONOS - GRÉCIA
€3 - Gyros Pita
€1 - Garrafa d'água
TOTAL: €4


TOTAL GREAL: €11,60

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